
Optometria no SUS: solução para ampliar o acesso à saúde visual
A optometria no SUS tem ganhado cada vez mais espaço no debate público como alternativa viável, segura e eficaz para ampliar o acesso à saúde visual no Brasil. O optometrista destaca-se por seu papel na atenção primária e na triagem de casos que necessitam de encaminhamento adequado.
Mas afinal, como a atuação desse profissional pode contribuir para melhorar o SUS e beneficiar milhões de brasileiros?
O que faz um optometrista?
O optometrista é o profissional da saúde visual responsável por identificar, avaliar e corrigir disfunções visuais de origem não patológica, como miopia, astigmatismo, presbiopia e hipermetropia. Ele realiza exames não invasivos, prescreve lentes corretivas e encaminha pacientes com suspeitas de patologias para avaliação médica especializada. Alguns profissionais com especializações ainda podem aplicar terapias visuais e adaptar próteses oculares e lentes de contato.
Na prática, isso significa que grande parte das queixas visuais da população pode ser solucionada já na atenção primária — sem necessidade imediata de consulta com oftalmologista.
Qual o impacto da optometria no SUS?
Incluir a optometria no SUS traria uma série de benefícios diretos:
- Desafogo nas filas: Com triagens feitas por optometristas, casos mais simples seriam resolvidos rapidamente, liberando espaço para atendimentos mais complexos pelos oftalmologistas.
- Acesso facilitado: Em muitas regiões do Brasil, não há cobertura médica oftalmológica suficiente. A presença de optometristas nos postos de saúde preencheria essa lacuna.
- Redução de custos públicos: Ao resolver até 80% das queixas visuais com atendimento primário, o SUS economizaria recursos com consultas e exames especializados desnecessários.
- Melhora na qualidade de vida: Corrigir erros refrativos de forma rápida melhora desempenho escolar, produtividade e bem-estar da população.
O que diz a Organização Mundial da Saúde?
A OMS reconhece a optometria como componente essencial da atenção primária à saúde visual. Em diversos países – como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Colômbia – o optometrista já atua de forma integrada ao sistema público de saúde, com autonomia para prescrever correções ópticas e realizar triagens visuais.
No Brasil, embora o curso superior em optometria já seja juridicamente reconhecido, a atuação ainda enfrenta obstáculos regulatórios. Avançar nesse debate é fundamental para garantir o direito à saúde visual da população.
CROOSP defende a inclusão da optometria no SUS
O Conselho Regional de Óptica e Optometria do Estado de São Paulo (CROOSP) atua há anos na defesa da regulamentação e valorização da profissão, promovendo capacitação, segurança jurídica e apoio aos profissionais filiados.
A inclusão da optometria no SUS está alinhada com a missão do CROOSP: elevar a qualidade da saúde visual no Brasil e garantir o acesso maior da população a cuidados primários eficientes.
“A parte população não tem acesso a saúde visual e muitos podem descobrir problemas de visão tardiamente. Com a Optometria no SUS poderíamos mudar esse cenário!”, defende Daniela Iamamoto, presidente do CROOSP.
O que falta para isso acontecer?
Ainda são necessários:
- Reconhecimento legal e normativo, permitindo que optometristas atuem no SUS em todo o território nacional;
- Campanhas de conscientização sobre o papel e os limites da atuação optométrica;
- Articulação entre conselhos profissionais, gestores públicos e sociedade civil.
A proposta não é substituir o trabalho do oftalmologista, mas integrar saberes e ampliar o acesso à saúde visual.
Conclusão: optometria no SUS é urgência, não tendência
A inclusão da optometria no SUS é uma proposta viável, baseada em evidências e já consolidada em diversos países. Sua implementação pode representar um salto de qualidade no cuidado visual dos brasileiros, especialmente os mais vulneráveis.
Investir em saúde visual é investir em educação, produtividade e bem-estar. E a optometria no SUS é uma chave para isso.
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