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Histórico
Segundo Margareth Rawson a
história do reconhecimento da dislexia de evolução como
problema surgiu do trabalho de Berlin, que usou o termo
dislexia já em 1872 e ainda de W. Pringle Norgan em
1896, Kerr em 1897.
James Hinshelwood, em 1917, publicou uma monografia
sobre Cegueira Verbal Congênita , quando observou
adultos afásicos. Ele entrou distúrbios infantis como
sintomas similares, mas sugeriu que os problemas
poderiam ser orgânicos, e ainda levantou a possibilidade
de serem hereditários. Encontrou também mais meninos que
meninas com este tipo de distúrbio.
Nos Estados Unidos, a classe profissional que primeiro
ajudou no reconhecimento da dislexia foi a classe dos
oftalmologistas. Suas observações mostraram que a
dificuldade não estaria nos olhos, mas no funcionamento
da linguagem no cérebro. Não são os olhos que lêem, mas
o cérebro.
Os psicólogos e educadores do início do século deram
pouca importância aos distúrbios específicos de
linguagem, concentravam no aspecto pedagógico do
problema; com exceção de Brooner(1917) ao mesmo tempo, a
classe médica negligenciava o problema na sala de aula,
o que contribuía para estabelecer lacuna entre a
recuperação das crianças e o seu problema.Em 1925, se
iniciou em Iowa uma pesquisa sobre as causas de se
encaminhar crianças para unidades de estudos ,
dificuldade de ler, escrever e soletrar como uma das
causas principais.
Foi então que surgiu como grande pesquisador no campo de
distúrbio de aprendizagem Dr. Samuel Orton,
neuroanatomista, que fez vários estudos post- mortem em
cérebros humanos.Orton propôs vária hipóteses para a
ocorrência da dislexia e também vários procedimentos
para redução das suas dificuldades.
Em continuação aos estudos de Orton, que atribuía a
causa do problema a distúrbios de dominância lateral,
Penfield (1959), Zangwill(1960), Masland(1967),
Miklebust(1954-1971)e atualmente Galaburda, que
descreveu a dislexia de forma mais complexa.
Hoje , os estudos mais recentes estão no campo
psiconeurológico. O Brasil também tem sua contribuição
sobre A diferença dos volumes dos lobos temporais
direito esquerdo.
O que é dislexia?
Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem
na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o
distúrbio de maior incidência em sala de aula.
Pesquisas realizadas em vários países mostram que cerca
de 6 a 15% da população mundial é disléxica.
Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o
resultado de má alfabetização , desatenção,
desmotivação, condição sócio- econômica ou baixa de QI.
Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas.
Apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Por esses múltiplos fatores é que a dislexia de vê ser
diagnosticada por uma equipe multidisciplinar, sobre a
qual falaremos mais tarde.
Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento
pós diagnóstico mais efetivo, direcionado às
particularidades de cada aluno, ou resultados concretos.
Muitas vezes , a criança apresenta condições
intelectuais normais, porém poderá ler com deficiência e
transformar ou deformar as palavras . É comum o
disléxico apresentar algum déficit no domínio da ação,
da motricidade, da organização temporo-espacial, da
capacidade de globalização no domínio do esquema
corporal, na dominância lateral, podendo ser
acrescentados distúrbios de atenção e da memória.
Dislexia. Como identificá-las?
Professores fiquem alerta: Educação Infantil- Sintomas:
Desenvolvimento da atenção.
Imaturidade na idade cronológica.
Atraso significativo no desenvolvimento da fala e da
linguagem.
Atraso significativo no desenvolvimento visual.
Desenvolvimento da coordenação motora comprometida.
Dificuldades nos jogos lúdicos. Ex: quebra cabeça.
Dificuldades na leitura com os livros impressos.
Dificuldades em assimilar rimas e canções.
Dificuldades em escrever letras e números corretamente.
Dificuldades em ordenar as letras do alfabeto, meses do
ano e sílabas de palavra maiores.
Dificuldade em distinguir entre direita esquerda.
Para diagnosticar a dislexia é necessário uma análise
quantitativa e qualitativa das atividades motoras.
O diagnóstico geralmente é feita a partir do momento que
a criança se alfabetiza( geralmente por volta dos 6 anos
ou 7 anos) porém alguns profissionais hoje em dia fazem
diagnóstico antes dessa idade.
O diagnóstico deve ser feita por profissionais
especializados, que utilizarão recursos variados de
trabalho no processo de avaliação.
Idade Escola- Ensino Fundamental UM
Nesta fase, se a criança continua apresentando alguns ou
vários sintomas como estes, é necessário um diagnostico
e acompanhamento adequado para que possa prosseguir seus
estudos junto com sua sala de aula e não tenha
desconfortos emocionais:
Dificuldade na aquisição e desenvolvimento das
habilidades lingüística.
Dificuldade com análise e síntese do som de uma palavra.
Criança desatenta e dispersa.
Dificuldades para cópias.
Dificuldade no ditado, na escrita espontânea trocas
visuais, auditivas e espaciais inversões e aglutinações
de fonemas e logatomas.
Dificuldades na coordenação motora fina, disgrafia
desenhos pinturas outros e coordenação grossa, dança
ginástica e outros
Criança muito desorganizada , em seu material e atrasos
de entrega nos trabalhos escolares.
Dificuldades visuais posturas errada da cabeça ao
escrever.
Confusão entre direita e esquerda.
Dificuldade em manusear mapas , dicionários, livros em
geral.
Vocabulário com poucas palavras, frases curtas e
imaturas ou frases longas e sem nexo.
Dificuldade em aprender seqüências diárias como meses do
ano, alfabeto,estações do ano e outros.
Dificuldade com a memória imediata, instruções dígitos,
tabuadas, fonemas, outros.
Dificuldades para ordenar e resolver problemas de
matemática discalculia e desenhos geométricos.
Dificuldade em aprender língua estrangeira.
Problemas de conduta na sala de aula exibicionismo ou
timidez.
Grande desempenho em avaliações orais.
Cuidados com o adulto- ele ainda apresentará
dificuldades
Ainda apresenta muita dificuldade na leitura e escrita.
Dificuldade para soletrar.
Dificuldade de lateralidade.
Dificuldade em aprender a segunda língua.
Dificuldade em planejar e organizar seus trabalhos.
Comprometimento emocional.
Diagnóstico
Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um
diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de
aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não para por
aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações
com síndromes, deficiências e outros.
Como diagnosticar a dislexia?
Identificando o problema na avaliação escolar ou
sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou
mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar deve iniciar uma
investigação minuciosa. Essa mesma equipe deve ainda
garantir uma: MAIOR ABRANGÊNCIA DO PROCESSO DE
AVALIAÇÃO, VERIFICANDO A NECESSIDADE DO PARECER DE
OUTROS PROFISSIONAIS , COMO NEUROLOGISTA, OFTALMOLOGISTA
E OUTROS , CONFORME O CASO.
A equipe de profissionais deve verificar todas as
possibilidades antes de confirmar ou descartar o
diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de avaliação
de exclusão.
Outros fatores deverão ser descartados, como déficit
intelectual, disfunção ou deficiência auditiva e visual
lesões cerebrais, desordem afetivas anteriores ao
processos de fracasso escolar( com os constantes
fracassos escolares o disléxico irá apresentar problemas
emocionais, mas estes são conseqüência, não causa da
dislexia), e outros distúrbios de aprendizagem, como: o
déficit de atenção , a hiperatividade, lembrando que a
hiperatividade também pode ocorrer em conjunto com a
dislexia.
Neste processo ainda é muito importante : tomar o
parecer da escola, dos pais e levantar o histórico
familiar e de evolução do paciente.
Essa avaliação não só identifica as causas das
dificuldades apresentadas , assim como permite um
encaminhamento a cada caso, através de um relatório por
escrito.
No caso da dislexia, o encaminhamento orienta o
acompanhamento consoante as particularidades de cada
caso, o que permite que este seja mais eficaz e mais
proveitoso, pois o profissional que assumir o caso não
precisará daquele tempo, para identificação do problema,
bem como terá ainda acesso a pareceres importantes para
o caso. Conhecendo as causas das dificuldades e os
potenciais do aluno, o professor pode utilizar a linha
pedagógica que achar mais conveniente. Os resultados
irão aparecer de forma consistente e progressiva.
Ao contrário de que muitos pensam , o disléxico sempre
contorna suas dificuldades. Ele responde muito bem a
tudo que passa para o concreto. Tudo que envolve os
sentidos é mais facilmente absorvidos. O disléxico
também tem sua própria lógica, sendo muito importante o
bom entrosamento entre professor e aluno.
Outro passo importante a ser dado é definir um
planejamento de conteúdos significativos para a sua
aprendizagem, em etapas e somente passar para a etapa
seguinte , após confirmar que a anterior foi devidamente
absorvida e sempre retomando as etapas anteriores.
E é de extrema importância haver um bom relacionamento e
trocas de informações entre os profissionais escola e
família.
Dicas Dislexia na escola
Dê ao aluno disléxico um resumo do curso.
Avise no primeiro dia de aula o desejo de conversar com
o aluno individualmente.
Use vários materiais de apoio para apresentar o trabalho
do dia , ex: lousa, projetor, filmes, demonstrações
práticas multimídia, e outros.
Introduza uma vocabulário novo, de acordo com a
necessidade do aluno, ou técnico, de forma
contextualizada.
Evite confusões . isto é instruções orais e escritas ao
mesmo tempo.
Quanto à leitura:
Anuncie os trabalhos com antecedência, para que o aluno
disléxico tenha tempo de se organizar.
Proponha dinâmica de grupo, entrevistas e trabalho em
campo.
Dê exemplos de perguntas e respostas para estudos de
avaliações.
Diversifique a avaliação com métodos alternativos.
Autorize o uso de tabuadas, calculadoras, dicionários
durante as avaliações.
Leia a avaliação em voz alta para ter certeza de que
todos entenderam.
Dessa forma a escola e o professor estará contribuindo
para amenizar as dificuldades do disléxico.
Fonte: http://www.sistemanervoso.com
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Optometria |
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DESDE 1833
LEGISLAÇÃO 1932
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